PEREGRINAR A PÉ A FÁTIMA – ABRIR-SE AO SOL DO AMOR E DA GRAÇA Outubro do Rosário e Missionário 2016 https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1062347890530814&id=172450266187252 Em Ano Santo da Misericórdia, no Outubro Missionário e do Rosário, mês de comemoração da última aparição de Nossa Senhora, peregrinamos até Ela no Santuário de Fátima. Em 2016 já celebramos o Centenário: das Aparições do Anjo: Anjo da Paz, Anjo da Guarda da nossa Pátria. Antes da partida, fomos à Igreja Jubilar, entrar na Porta Santa da Matriz de S. Cosme – Igreja Jubilar da Vigararia, dia 05 de Outubro na Celebração Eucarística da Comunidade presidida pelo Pároco P. Alípio Barbosa. Pedimos a Deus que nos acompanhasse e protegesse na jornada que nos esperava. Recebemos a bênção e partimos para o caminho aconchegadas em Deus. Como já é habitual, fomos pelo “caminho do Norte”, interior, fora das estradas nacionais e devidamente sinalizado com setas azuis. Às costas, levamos uma mochila com o essencial para a nossa semana de peregrinação. As dormidas, sempre nos locais mais simples, nomeadamente albergues, “hostels”, bombeiros, e colégios religiosos. Um simples colchão e banho quente em troca de um donativo – “Peregrino não exige, agradece”… Durante 8 dias percorremos este caminho de Fé e partilha, na tranquilidade das matas e aldeias, em que muitas vezes o nosso silêncio era tomado pelo voto de coragem e boa viagem das pessoas que generosamente partilhavam com estas desconhecidas uma simples conversa, uma lágrima, um sorriso... Algumas de nós fizemos este caminho pelo 4º ano consecutivo. Ao longo destes anos temos criado laços com algumas pessoas que temos vindo a conhecer no caminho. Ao passar em casa da D. Augusta, tentamos cumprimentá-la. Não estava mas a neta telefonou-lhe para falarmos com ela. Que alegria foi saber que está bem de saúde e que o seu marido que no ano passado estava no hospital em estado grave recuperou um pouco e ainda está entre nós. Revimos os nossos amigos da tasquinha de Pinheiro da Bemposta que estão no nosso coração desde a nossa primeira peregrinação em que, por especial favor, nos preparam uma refeição às três horas da tarde no seu humilde café. Num dia de chuva, de manhãzinha, alguém nos convidou para um cafezinho. Amavelmente, a D. Rosa abriu-nos a porta de sua casa e aconchegou-nos com um café e uns biscoitos. Em conversa, falamos um pouco de nós e ela contou-nos um pouco de si e dos seus. Mostrou-nos fotografias da família e veio uma lágrima quando falou do marido que já está junto de Deus… Após algumas palavras de conforto, despedimo-nos com um abraço peregrino e seguimos caminho de coração cheio. Num outro dia, preparávamo-nos para fazer um piquenique num recanto junto à estrada e um casal, ao aperceber-se, convidou-nos a entrar e sentar na esplanada do jardim e ainda nos ofereceu vinho de produção caseira para acompanhar as nossas sanduiches. São estes e tantos, tantos outros gestos de Amor e Fé que recebemos e nos tocam pela simplicidade, honestidade, humildade, hospitalidade e carinho que vamos recebendo ao longo do caminho. Na despedida, há sempre um apelo a Nossa Senhora: “Rezem lá por nós!…” Que ela Nos acompanhe, nos proteja e nos encoraje no caminho da vida. A verdade é que caminhamos em direção a nossa Senhora e quantos mais km fazemos mais sentimos a Sua presença, que nos afaga e inunda com a Luz de Deus em nossos corações. Em relação a nós, grupo, há tempo para tudo. Viver em comunhão, cantar, rezar, rir e chorar. Partilha, reflexão, oração, interiorização… Sobretudo, tentamos respeitar o espaço e as dificuldades de cada um. Há tempo para caminhar mas também descansar e contemplar a natureza – que bem sabe uma pausa de pernas estendidas à sombra de uma oliveira, colher um figo, um medronho, um dióspiro… Levamos pela primeira vez uma desconhecida, a nossa Mira, habituada ao alcatrão e ao trânsito peregrino da estrada nacional. À procura de um grupo, aceitou o desafio que a Nossa Senhora se encarregou de lhe lançar e humildemente pediu para ir connosco. Pela primeira vez foi com a casa e cama às costas, por caminhos de terra e rurais, e demorou o dobro do tempo a lá chegar. Diz que os nossos 30km valem por 70km em estrada mas todo o esforço é compensado pelas vivências que este caminho tranquilo nos proporciona. Cada qual com as suas dificuldades e mazelas, todos nos esforçamos e entreajudamos a superá-las. Este ano umas sandálias contam a história que passaram de pés para pés… O dia da chegada ao Santuário foi, como sempre, o culminar de todo o caminho, um rebuliço de emoções. A Alegria da chegada e a gratidão a Nossa Senhora pelo caminho que nos proporcionou e pelas razões que nos levaram a deixar as nossas casas para ir até Ela. Lágrimas, sorrisos, silêncio e contemplação. Na capelinha, demos um abraço coletivo. Graças a Deus e Nossa Senhora, mais um ano que vivemos este caminho. Que para o ano tenhamos vontade e coragem de voltar a peregrinar. Acolhidas na casa de S. Bento de Labre, albergue de peregrinos, a noite terminou com o terço na capelinha e procissão de velas. No dia seguinte participamos na Eucaristia, no recinto. Adeus a Nossa Senhora, na certeza que queremos voltar em breve. De regresso à nossa família e à nossa peregrinação diária que é a vida, regressamos também à casa de Deus de onde fomos enviadas. Tempo de agradecer a bonita jornada que nos proporcionou e partilhar com a família cristã um pouco daquilo que foi a nossa peregrinação. Re-entramos na Porta Santa da Igreja da Misericórdia de Gondomar. Participamos na Eucaristia da Comunidade. Agora foi a bênção de chegada e compromisso na vida: Missa dominical, dia 23 Outubro. O Pároco convidou-nos a partilhar este testemunho: os presentes ouviram em profundo silêncio e agradeceram. Com este testemunho da nossa vivência do caminho esperamos que, quando decidirem peregrinar, o façam por este caminho alternativo ao caminho perigoso e tão fatal onde se vê pouco mais que alcatrão e ouvem-se carros e camiões. Nós vemos paisagens lindíssimas, conhecemos pessoas maravilhosas, ouvimos os passarinhos e escutamos o silêncio. Peregrinar significa percorrer campos e não chegar rápido. Uma peregrinação não é uma maratona, há que viver o caminho – “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”. Para organizarmos a nossa peregrinação recorremos ao site da Associação de amigos dos caminhos de Fátima: http://caminho.com.pt/. Fizemos as seguinte etapas:
Partida
Chegada
Distância
Dormida
Dentro
de cada uma
Igreja
Jubilar
Bênção
Envio,
partir da Comunidade
Casa
de cada uma
Sé
do Porto
Hostel
Sé
do Porto
S.
João Madeira
36
km
Santa
Casa da Misericórdia
S.
João da Madeira
Albergaria-a-Velha
29
km
Albergue
de peregrinos
Albergaria-a-Velha
Anadia
33
km
Colégio
de S. José de Cluny
Anadia
Coimbra
32
km
Hostel
Coimbra
Rabaçal
29
km
Albergue
Rabaçal
Ansião
18
km
Bombeiros
Ansião
Caxarias
30
km
Bombeiros
Caxarias
Fátima
22 km
Albergue
de peregrinos (casa de S. Bento de
Labre)